A alegria do trabalho com Jesus, não para Jesus

A alegria do trabalho com Jesus, não para Jesus“Vós sois deuses.” (João 10:34)

Será que já conseguimos perceber que o mundo em que vivemos é criado ininterruptamente por cada um de nós? Se pararmos para refletir, nossas vidas são o produto do que fazemos ou do que deixamos de fazer para nós mesmos e pelos nossos companheiros de jornada nesse planeta. Daí a importância de refletirmos sobre a ação de ser voluntário.

No mês de agosto comemora-se o Dia do Voluntário, e muito tem se falado sobre a importância da ação do voluntariado e o quanto o terceiro setor tem agregado ao desenvolvimento das ações sociais, contribuindo com o acalento ao próximo. Atualmente, a organização social compreende que não é possível ficar esperando somente pela ação das instituições governamentais para promover o bem-estar físico e espiritual, além de dignidade para aqueles que não possuem as condições mínimas para sobrevivência nesse planeta. É necessário mais do que isto.

A palavra voluntário vem do Latim VOLUNTARIUS, “de própria vontade”, de VOLUNTAS, “vontade, desejo”, de VELLE, “querer”.  Tornar-se voluntário é uma decisão pessoal e intransferível, que exige do indivíduo uma compreensão acerca do impacto da sua ação em sua vida, na vida do outro e no coletivo.

Jesus disse aos seus discípulos que eles seriam capazes de realizar tudo que Ele realizava, bastava que houvesse fé nas ações praticadas. “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas…” João 14:12-17. O trabalho no bem é coletivo. E cada um, individualmente, faz parte de um todo.

A partir do momento que se diz “sim” ao trabalho do bem, o indivíduo coloca-se como tarefeiro do Cristo, reconhecendo que pode movimentar as estruturas, através da ação do amor.

Uma das razões para abraçar a causa voluntária é ter consciência da necessidade em projetar os tesouros “no céu”, onde nem a traça e nem a ferrugem podem consumi-los e nem o ladrão pode roubar. Compreender que estamos aqui reencarnados temporariamente e que continuaremos nossa trajetória no mundo espiritual faz com que despertemos para os verdadeiros valores que precisamos desenvolver para atingir a felicidade plena. Qual o legado que quero ter deixado aqui após desencarnar?

Aos poucos vamos nos dando conta que na verdade não servimos ao Pai, mas sim construímos, juntamente com nossos irmãos, o Universo que habitamos e, assim, a nossa própria história.  “Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu tornei conhecido a vocês.” João 15:15. De maneira equivocada, o voluntário coloca-se no lugar de subserviência, mas o Cristo alerta sobre a felicidade de ser chamado de amigo, de conhecer tudo que Ele realiza. O Mestre retira a possibilidade de um seguimento cego e alienado, mas convida a um mergulho profundo no seu amor e nas razões que motivam o seu fazer.

Muitos voluntários afirmam que estão devolvendo ao Cristo todo bem recebido. Entretanto, esta afirmação merece cautela para que isto não seja um limite na atuação do voluntariado, e que poderá levar o voluntário, pensando em já ter feito o suficiente, pôr fim a sua atuação.

Mas, qual então é o propósito de ser voluntário? Pergunta desafiadora e que deve ser feita todos os dias, e a resposta precisa ser renovada a cada momento. A alegria de caminhar junto com Jesus, compreendendo que sou parte importante na concretização do amor na sociedade. Esse é o propósito!

Na passagem de Mateus 11, 21 – 24, “Depois disto, o Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e enviou-os à sua frente, dois a dois, a todas as localidades, vilas e aldeias que tencionava visitar mais tarde. Foram estas as instruções que lhes deu: a seara é vasta e os trabalhadores são poucos. Roguem ao Senhor da seara que envie trabalhadores para ela.”

A todo tempo Jesus convida a nos colocarmos a serviço do bem. Assim Ele fez quando estava com seus discípulos. E assim Ele faz até hoje: segue nos convidando. Na seara do Cristo não falta trabalho para aqueles que compreendem a importância da doação e do amor.

E você, já aceitou o convite do Cristo?

O trabalho-ação transforma o ambiente.

O trabalho-serviço transforma o homem.

As tarefas remuneradas conquistam o agradecimento de quem lhes recebe o concurso, mas permanecem adstritas ao mundo, nas linhas da troca vulgar.

A prestação de concurso espontâneo, sem qualquer base de recompensa, desdobra a influência da Bondade Celestial que a todos nos ampara sem pagamento.

À maneira que se nos alonga a ascensão, entendemos com mais clareza a necessidade de trabalhar por amor de servir.

Quando começamos a ajudar o próximo, sem sofrimentos, matriculamo-nos no aperfeiçoamento da própria alma, entrando em sintonia com a Vida Abundante.

Nos círculos mais elevados do espírito, o trabalho não é imposto. A criatura consciente da verdade compreende que a ação no bem é ajustamento às Leis de Deus e a ela se rende por livre vontade (Emmanuel).

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