Suicídio e depressão. Precisamos falar sobre isso. Sem medo

 

“A calma e a resignação adquiridas na maneira de considerar a vida terrestre e a confiança no futuro dão ao Espírito uma serenidade que é o melhor preservativo contra a loucura e o suicídio.”

Allan Kardec ,  O Evangelho seg. o Espiritismo

Sabemos que quase todas as pessoas que cometeram suicídio têm pelo menos um transtorno psiquiátrico. O que significa dizer que identificar e tratar os transtornos mentais é a maior forma de proteção e prevenção ao suicídio.

A depressão, por exemplo, não faz distinção entre cor, raça, sexo, idade, classe social. Ela chega de forma sorrateira, como uma neblina que envolve a pessoa, com sutileza, sem que ela perceba. Jung a descreve com sapiência, quando diz: “A depressão é como uma mulher vestida de preto. Se ela aparecer, não a afaste. Convide-a para entrar, ofereça-lhe um assento, trate-a como uma convidada e ouça o que ela tem a dizer”. Dessa forma, Jung sugere que é preciso ouvir e entender a dor, acolhê-la para que seja possível tratar. Normalmente, as pessoas têm dificuldades em explicar o que sentem, demonstrando uma falta de intimidade com o seu próprio ser.

Num primeiro momento, não se tem o controle da sua aproximação e o que ela traz consigo: sentimentos de melancolia e tristeza, pensamentos negativos, ansiedade e angústia.  Perde-se a vontade de interagir, conversar, cuidar de si, trabalhar. Aparentemente, não há mais sentido da vida. Isso causa desequilíbrio do sistema endócrino, com baixa dos hormônios que proporcionam prazer e alegria. A depressão é capaz de desequilibrar não só a vida daquele a quem ela atinge diretamente, mas todo o seu entorno! É como se estivesse num constante inverno chuvoso, frio, sombrio!

Buscar mecanismos para sair desse estado, é uma atitude que requer estratégias! O Evangelho diz: “Conhecereis a verdade e a verdade o libertará” (Jo, 8.32). Emmanuel discorre que “Conhecer, portanto, a verdade, é perceber o sentido da vida. E perceber o sentido da vida é crescer em serviço e burilamento constantes”. É possível buscar a cura ou lidar com o adoecimento depressivo, conhecendo-a na sua essência. Estudá-la, entendê-la e descobrir: o que a move?

O autoconhecimento é necessário para que essa cura aconteça, desenvolvendo uma intimidade de forma profunda com o próprio ser, para que, desta forma, seja possível a construção de bases sólidas, que levarão a um caminho de vida plena e saudável! O conhecimento de que somos seres espirituais, o psíquico e o orgânico, como numa tríade harmoniosa, são fundamentais no combate ao que pode trazer a depressão.

Através da Espiritualidade, ocorre a busca da intimidade com Jesus. Com ela, pode-se aprender e apreender os seus ensinamentos e colocá-los na vida como rotina. Ter momentos de meditação e de conversação com os bons Espíritos. Orar.

Com o Psíquico, é possível identificar quando os pensamentos são sombras ou quando são Luz! Assim, surge a possibilidade de escolhas mais assertivas, que certamente darão ênfase à Luz! Orar e vigiar!

O Orgânico bem cuidado, propicia a escolha de uma alimentação e de hábitos saudáveis. A prática de atividades físicas tem um papel fundamental no bem-estar e no bom funcionamento químico do corpo. Orar, vigiar e cuidar!

Em algumas situações, a incredulidade, a dúvida sobre o futuro e as ideias materialistas acabam levando o indivíduo ao suicídio, na certeza de que, tomando essa atitude, estará livre dos problemas que o atormenta. Ledo engano. O suicídio é a destruição do corpo, mas não da vida, porque o espírito é eterno.

O Espiritismo nos traz a certeza de uma vida futura. Diz Allan Kardec, no livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”: “Que é, pois, a vida humana em relação à eternidade, senão bem menos que um dia?”

Ninguém está sozinho, por mais que pareça justamente o contrário. Todos estão juntos na mesma jornada. Sempre haverá uma mão amiga pronta para ser estendida a quem precisa; alguém pronto para ensinar a buscar a cura para uma alma sofrida. Alguém que possa ressignificar o inverno e mostrar a beleza que pode haver numa tarde chuvosa, quando os pingos da chuva batendo nas janelas soarão como uma melodia, que embala os sonhos de dias melhores.

“Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas almas(…).” (S. Mateus, 11:28 a 30.)

A caminhada não é individual. É coletiva. Um olhar para um lado pode mostrar uma gama de possibilidades de ajuda. Que os olhares possam ser cada vez mais trocados, com amorosidade e compaixão.

Sucídio: precisamos conversar sobre isso. Sem mito. Sem medo.

Sugestão de leitura: www.setembroamarelo.com

 

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