A história de uma árvore no caminho de nossa Casa
por Ianara Reis
Nascida de uma semente, toda a vida resumida num caroço pequeno geralmente rígido, espaço condensado, apertado e com poucos matizes de cores. Basta que as condições propícias aconteçam para que esse gérmen da vida se expanda, cresça em todas as direções, nas variadas nuances de formas e cores. Do seu tronco partem inúmeras folhas, verdes, apropriadas para a fotossíntese, bela tradução do sol, essa energia divina, elemento central do nosso sistema solar.
E em seu altruísmo, com seus longos braços/galhos, ela nos presenteia com sua sombra, frutos, cores e perfumes de suas flores, e ainda renova o ar que respiramos. Este ser mundo, a árvore, nos traz ensinamentos como o altruísmo e a benevolência. “Dizem que quando a primeira árvore apareceu na Terra, trazia do Pai Celestial a recomendação de alimentar o homem e auxiliá-lo, em nome do Céu, por todos os meios que lhe fosse possível.” O homem infeliz começou a meditar no exemplo da árvore venerável, incumbida por Deus de cooperar na distribuição do alimento de cada dia na Terra, e, nela reconhecendo verdadeira emissária do Céu…”. Assim, Jesus se serviu deste ser para nos trazer uma preciosa mensagem, “Reconhece-se a árvore pelo fruto”. “A árvore que produz maus frutos não é boa, e a árvore que produz bons frutos não é má; porque cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto”. Que os frutos que saiam de nós tragam o suave perfume do altruísmo, benevolência, compaixão, caridade, humildade e amor.
O que dizer então da belíssima e frondosa mangueira da nossa Casa do Caminho Pronto Atendimento Espírita? Quem veio primeiro, a árvore ou a Casa? A mangueira é parte integrante da história da Casa do Caminho. Essa história já começa como um Novo Horizonte e, de fato, foi neste bairro de Salvador – Ba que esse ponto de luz se manifestou no plano físico. Com a Casa já em funcionamento foi sugerida, por um de seus trabalhadores responsável pela área de divulgação, a criação de uma logomarca para sua identidade visual, a fim facilitar seu reconhecimento. A partir de reunião com participação de trabalhadores e do designer, que trabalhou voluntariamente na criação, mesmo sem sequer ter ido à Casa, foram elaboradas quatro proposições de logomarca. Na sequência foi feita a votação da arte que melhor representasse a Casa. Foi então que Assis, um dos trabalhadores, levou para Siguratã, espírito mentor da Casa, as quatro propostas. Siguratã pôs a mão sobre a logomarca que deveria representar a Casa que, inclusive, foi a mais votada. A partir de então, a logomarca que usamos até hoje passou a ser utilizada nos documentos e divulgação.
Deu-se à procura de novo espaço físico, mais uma vez, sob intervenção de Siguratã que sugeriu que a árvore da logomarca seria o símbolo do novo local a ser escolhido para dar continuidade às atividades. Uma pessoa com conhecimento sobre o mercado imobiliário indicou um terreno onde havia uma casa com uma árvore em sua vizinhança. O grupo destinado à visitação da propriedade, ao chegar ao local observou a presença de pessoas que ocupavam o imóvel e que, com a sua chegada, partiram. O terreno demonstrava estar há muito tempo sem os devidos cuidados de jardinagem, assim como a casa que carecia de muitos reparos. Estava impossibilitada para o uso do jeito que estava. O grupo então se deteve na observação da casa, do terreno e da árvore vizinha. Neste momento, eles entenderam que este local seria a nova morada física da Casa do Caminho. Fizeram, então, uma roda, deram-se as mãos e envolveram a árvore num abraço simbólico.
Posteriormente foram iniciadas as negociações para pagamento da primeira parcela, apesar de não haver recursos em caixa. Pasmem! Um doador anônimo foi o responsável pelo pagamento de valor equivalente às quatro primeiras, das 24 parcelas necessárias para quitação do imóvel. Posteriormente, a arte recebeu adequações, validando a logomarca, como a conhecemos atualmente, cuja alcunha é “Casa do Caminho – Pronto Atendimento Espírita”.
Ao chegar em nossa Casa, há 22 anos sentimos a imponência da Natureza através da nossa mangueira que anualmente nos oferece mangas deliciosas que caem literalmente do céu para nos servir. Seus frutos continuam nos lembrando sobre a nossa responsabilidade de continuarmos dando bons frutos, colocando o amor em movimento, na prática da caridade e acolhimento!
Referências:
Pai Nosso – Meimei por Francisco Cândido Xavier.
O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo XXI – Haverá falsos Cristos e falsos profetas.