SE PRECISAR, PEÇA AJUDA.

(Aster Matos)

“Entre a eternidade e o último suspiro existe um abismo de misericórdia”

Pe. São João Maria Vianney

A Filosofia nos mostra que o suicídio é uma ‘solução definitiva para uma questão provisória’. A Sociologia nos diz que a razão do suicídio é multifatorial, onde a sociedade e família estão envolvidas.

Sendo assim, devemos nos perguntar qual foi a nossa participação naquele acontecimento? Mas por que adiantar algo que vai acontecer? Por que suicidar-se, se vamos desencarnar de todo jeito?

São muitas as variáveis! E os distúrbios mentais, que envolvem depressão, a mais relevante.  Porém a lista de possibilidades é extensa e inclui tristeza profunda, culpa profunda, angústia profunda, vingança, desonra, materialismo severo, solidão, enfermidades incuráveis, violência, maus tratos, abusos de todo tipo, fanatismo religioso, pobreza extrema, negligência e abandono familiar, perdas afetivas, drogas, além de processos de obsessão espiritual associados a qualquer uma das acima.

A origem do Setembro Amarelo, mês da campanha de valorização da vida e do movimento de conscientização contra o suicídio, começa com a história de Mike Emme, nos Estados Unidos. O jovem era conhecido por sua personalidade carinhosa e grande habilidade mecânica. Ele reformou o próprio carro, um Mustang 68, e pintou de amarelo. Porém, em 1994, Mike cometeu suicídio, com apenas 17 anos. Infelizmente nem a família, nem os amigos perceberam os sinais de que ele pretendia tirar sua própria vida.

No funeral, os amigos montaram uma cesta de cartões, e fitas amarelas com a seguinte mensagem: “Se precisar, peça ajuda”.  A ação ganhou grandes proporções, e expandiu-se pelo país. Diversos jovens passaram a utilizar cartões amarelos para pedir ajuda a pessoas próximas.

Em 2003, a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu o dia 10 de setembro para ser o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio. E o amarelo do Mustang de Mike, foi a cor escolhida para representar essa campanha.

Estatísticas apontam que 17% dos brasileiros, em algum momento, pensaram seriamente em dar um fim à própria vida e, desses, 4,8% chegaram a elaborar um plano para isso.

Pensar em suicídio é buscar por fim a algo que naquele momento julgamos insuportável de sustentar eternamente. Além disso, com frequência, os distúrbios mentais e emocionais que apresentamos podem alterar a percepção da realidade. Entretanto, é fundamental lembrar que a mutabilidade na natureza é permanente.

“A calma e a resignação adquiridos na maneira de encarar a vida terrestre e a fé no futuro, dão ao espírito uma serenidade que é o melhor preservativo contra a loucura e o suicídio.” (O Evangelho seg. Espiritismo. Cap.V, Item 14)

Todas as dores da alma precisam receber tratamento correspondente para sua necessidade. As mazelas emocionais tratadas com acolhimento ambulatorial, os distúrbios sociais tratados com instrução educacional, compaixão e empatia.

Acolher, aceitar, respeitar e não julgar! Assim, abre-se espaço para prevenir o suicídio.

Mas precisamos incluir também o recurso terapêutico da Fé.

Não esqueçamos que somos espíritos encarnados e imortais. Corre em nós o DNA do nosso Criador. Somos filhos da Inteligência Suprema. Filhos da Abundância. Dentro da eternidade uma vida só é pouco tempo.

O suicídio é, portanto, uma triste ilusão porque somos seres imortais, ou seja, a vida continua plena, além da morte do corpo físico. Nossas dores não cessarão com a extinção do corpo material.

Sempre que formos atingidos pelas provações da vida e acharmos que não estamos dando conta delas busquemos ajuda. Compartilhar a nossa dor com um próximo, um familiar, um profissional da saúde é etapa fundamental para dar início à solução das aflições. Bem como nunca é demais ressaltar: os distúrbios mentais têm tratamento eficaz.

Não nos esqueçamos porém, de buscar o conforto espiritual na prece. O poder da prece está no pensamento. Não depende de palavras, nem de lugar. Pode ser feita em toda parte onde quer que estejas.

A corrente de pensamento atinge o Alvo Sagrado (Jesus) e Ele com Sua misericórdia a fecunda de essências preciosas. Ocorre uma união de qualidades, e essa corrente fluídica (pensamento) volta desaguando sobre seu destinatário”

(Livro: Dimensões Espirituais do Centro Espírita/Suely Caldas Schubert)

Urge que aquietemos para ouvir o que fala a consciência. Porque Deus mora em nossa consciência e lá está instalada a centelha divina, que nos faz sermos reconhecidos como Filhos do Pai. Mas para que isso ocorra é necessário antes limpar e abrir espaço. Como ouviremos uma voz com tantas outras gritando? Como vamos acolher a sugestão do nosso espírito protetor se julgamos que nossa opinião é a mais verdadeira? Como podemos sentir o Amor de Deus por nós se o nosso coração está cheio de rancor?

É imprescindível que se abra espaço através do Perdão, seja do autoperdão ou do perdão ao outro. É necessário diminuir a nossa voz, aumentar a humildade para ouvir e acolher o que vem de fora para nos ajudar.

Diante de um pensamento suicida devemos optar por dar-nos um pouco mais de tempo, enquanto o problema altera a sua configuração. E não esqueçamos que o nosso corpo é sempre instrumento divino, para que nele aprendamos a crescer sob os passos de Jesus, ante a glória de Deus.

Fonte: https://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2012/11/Livreto-Suicidio.pdf

Saiba mais como agir para valorizar a vida em:

https://www.setembroamarelo.com

 

“(…) Disse o Cristo: “Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados.” Mas, como há de alguém sentir-se ditoso por sofrer, se não sabe por que sofre? O Espiritismo mostra a causa dos sofrimentos nas existências anteriores e na destinação da Terra, onde o homem expia o seu passado. Mostra o objetivo dos sofrimentos, apontando-os como crises salutares que produzem a cura e como meio de depuração que garante a felicidade nas existências futuras”
(O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VI, Allan Kardec).