O que esperar de 2023?
(Beatriz Accioly)
“Buscai primeiramente o Reino de Deus e a sua justiça, que todas essas coisas vos serão dadas de acréscimo. Assim, pois, não vos ponhais inquietos pelo dia de amanhã, porquanto o amanhã cuidará de si. A cada dia basta o seu mal. (Mateus, 6:19 a 21 e 25 a 34.)”
E eis que mais um novo ano está batendo à porta, pronto para adentrar nas vidas das pessoas! À medida que um ano vai findando, aumenta-se a expectativa sobre o ano que está por vir, depositando nele um sem fim de expectativas carregadas de esperanças de dias melhores, de pessoas melhores, de acontecimentos melhores.
Mas, será que devemos esperar?
E esperar o que? Por quê?
Por que existe a sensação de que ao aguardar a chegada do novo ano, as coisas boas irão finalmente acontecer?
Parece que, inconscientemente, a concretização de metas, planos, projetos é atribuída ao advento do nascimento de um novo ano, eximindo-se da responsabilidade do esforço para fazer acontecer o que foi definido antes da chegada dele.
Mas, quando começa o novo ano?
Começa aqui, agora, dentro de cada um! Não importa se o calendário marca 1º de janeiro ou outro dia qualquer que compõe nosso calendário gregoriano. O novo ano começa quando se olha para dentro e se consegue ver uma infinidade de possibilidades de crescimento que independem do que esteja acontecendo externamente.
Quando se deixa o amor que está latente, pulsar desenfreadamente nas veias e como um rio desaguar atingindo as pessoas ao redor, um novo ano começa.
Inicia-se um novo ano quando a mão direita é estendida para a caridade, mas a mão esquerda sequer sabe o que houve, tamanha a discrição do gesto.
Ao repousar os olhos sobre uma criança, com a mesma meiguice, independentemente de sua cor ou classe social, um doce novo ano há de iniciar.
Tratar a todos, indistintamente, como queres que vos tratem… isso é a chegada de um novo ano.
O novo ano chega quando se desnuda de vaidades e egos, quando se perdoa com o coração, quando se estende a mão a quem precisa de apoio na caminhada da vida, quando a humildade é companheira e a ternura do olhar é complacente…
Tempo, tempo, tempo… há um tempo para tudo! E há o tempo de compreender que o que se refere à vida futura vai além do virar páginas das folhinhas e ver o passar dos meses. Mais indulgência, mais benevolência, mais empatia. Internalizando e praticando essas máximas é que vai se criando uma base sólida para a vida futura.
Um turbilhão de expectativas é depositado no ano novo. Entretanto, quando ele de fato chega, muitas das metas traçadas vão se esvaindo juntamente com os meses do ano, que vai deixando de ser novo.
O aprendizado é diário. O novo ano são as sementes do bem plantadas diuturnamente. Se elas forem germinadas e regadas, hão de florir todos os dias um novo ano.
Por isso, viva um dia de cada vez!
Ele sempre dará um amanhecer e um anoitecer!
Tempo para reflexão ao final do dia!
Tempo para renovação no dia que vai raiar!
O ano novo começa aqui e agora.