Jesus, Homem

Jesus, homem.

(Aster Matos)

Temos buscado a ‘espiritualização’, sem antes nos darmos conta que ela frequentemente ocorre de forma posterior à nossa humanização. À medida que desenvolvemos a nossa capacidade de sentir, surgem e se aprofundam as qualidades necessárias à nossa humanização. E se nosso caminho é a evolução, mudar é processo. Será mais útil deixar de dar ênfase aos nossos defeitos do passado, e nos acolher, porque até o hoje que passou, já é passado.

Desconhecendo que podemos agir de maneira consciente para nossa evolução, tendemos a avançar muito pouco a cada reencarnação. O ser humano Jesus, nos ensina como proceder no mar agitado da nossa existência. Mas só O seguirá aquele que antes reconhecer-se como imperfeito.

Quem é Jesus? E, quem foi Jesus? São duas perguntas com respostas diferentes, mas ambas demonstram a Sua perfeição. Para nós, espíritas, Jesus é um Espírito, governador da Terra, integrante de uma Comunidade de Espíritos Puros e Eleitos por Deus, que orienta a vida das coletividades planetárias. Mas também, de igual modo, Jesus foi um homem entre nós, que encarnou na Terra para oferecer-se como exemplo à humanidade e experimentou todas as dores de ser humano no seu tempo.

Nosso Mestre. Muito mais adiantado, entretanto, criatura como nós outros, que partiu do mesmo ponto de origem e nos ensina a avançar assim como Ele. Não veio entre nós em regime de exceção. Da manjedoura ao calvário, experimentou todas as limitações da vida corporal, todas as vicissitudes da submissão à matéria. Não se privilegiou de recursos que nós não temos, a não ser o tesouro da própria evolução.

Jesus, que moldou junto com Deus, as formas do nosso planeta, nos ensina a humildade e o valor da presença no Lar, quando lhe era possível escolher qualquer profissão, e Ele escolhe como ofício moldar cadeiras, mesas e bancos com José na carpintaria do lar.

Sem dúvida, Ele dispunha de milhões de voluntários para a tarefa a ser realizada, mas ao vir pessoalmente, nos ensina que tem tarefas que não podemos delegar, existem responsabilidades que são intransferíveis, e para as quais precisamos imprimir o nosso máximo esforço, às vezes, “sozinhos”.

A Estrela de Belém com seu nascimento em uma “manjedoura”, nos ensina a riqueza de fazer muito começando do pouco.

O Filho de Deus, junto à Maria, foi, durante a maior parte de sua existência, leal e obediente, nos mostrando como honrar pai e mãe, através do respeito à hierarquia doméstico-familiar.

Jesus dividiu o calendário da Humanidade não só pelo que foi dito, mas pela potência do Seu magnetismo que deixou impregnado no mundo até hoje. Ele modificou a nossa relação com o Divino, nos revelando um Deus Amor, e não mais um Deus para ser apenas adorado e prover pedidos humanos. Mas um Deus que nos convida a amar os inimigos, os excluídos, as mulheres, as crianças, os cobradores e os bondosos.

Por fim, é o Jesus, homem, que nos mostra que é possível aplicar o conceito de caridade completa, quando Ele aceita a tarefa de encarnar sem exigências, nos mostra como praticar o bem sem esperar nada em troca, nos mostra que não devemos estabelecer caridade em troca de reconhecimento, ou seja que a caridade legítima não exige condições.

Busquemos Jesus em sua autenticidade, e acendamos a nossa luz.

 

  1. O Espiritismo, longe de negar ou destruir o Evangelho, vem, ao contrário, confirmar, explicar e desenvolver, pelas novas leis da Natureza, que revela, tudo quanto o Cristo disse e fez; elucida os pontos obscuros do ensino cristão, de tal sorte que aqueles para quem eram ininteligíveis certas partes do Evangelho, ou pareciam inadmissíveis, as compreendem e admitem, sem dificuldade, com o auxílio desta doutrina; vêem melhor o seu alcance e podem distinguir entre a realidade e a alegoria; o Cristo lhes parece maior: já não é simplesmente um filósofo, é um Messias divino.”
(A Gênese, capítulo I, Allan Kardec.)
“Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo, e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor, porque o espírito divino o animava, e porque foi o ser mais puro de quantos têm aparecido na Terra.”
(O Livro dos Espíritos, Q. 625, Allan Kardec)

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