Hoje, 05 de Junho – Dia Mundial do Meio Ambiente, o Espiritismo nos convida a pensar sobre a nossa responsabilidade pelo planeta em que vivemos, como espíritos imortais que somos.
As questões ambientais fazem parte da nossa trajetória de progresso e existe uma relação indissociável do ser humano com o meio ambiente.
Como a terra, podemos ser solo fértil – “Se deixamos um legado material e espiritual no Planeta – onde poderemos eventualmente reencarnar – , é evidente que, mesmo de passagem, devemos nos preocupar com nossos rastros. Pela lei de causa e efeito, o eventual desperdício ou uso irresponsável dos recursos naturais terá implicações em nosso processo evolutivo.”
Segundo o relatório do Observatório do Clima, publicado em 27 de Junho do ano passado, em 2022, 43% da perda de matas tropicais de todo o mundo, aconteceu no Brasil.
A forma como pensamos nosso comportamento e ações tem muito a ver com sustententabilidade – “Importa reconhecer o gênero de destruição sobre o qual estamos falando. Um, de origem natural, conspira a favor da manutenção da vida; o outro, de origem antrópica, determina impactos negativos sobre os ciclos da natureza, precipitando cenários de desconforto ambiental crescente.”
O Espiritismo reconhece a necessidade de destruição como Lei Natural, conforme encontramos em ‘O Livro dos Espíritos’, Allan Kardec. Porém, não podemos confundir a relevância da destruição útil, fruto da constante transformação natural do planeta e da vida, com a abusiva, provocada por nós, que leva a consequências nefastas para nós mesmos.
A verdadeira sustentabilidade, vem a partir da idéia de que estamos encarnados na Terra para criarmos raízes capazes de contribuir com a nutrição do todo.
Como sociedade precisamos prezar pelo conceito de preservação e manutenção da vida e da biodiversidade.
Para a nossa reflexão, fica a pergunta:
-Será que os desastres que estamos assistindo em todo o planeta podem, de fato, ser considerados todos ‘naturais’? O uso dos recursos naturais de forma desorganizada não estará participando de alguns desses desastres?
A lei da destruição no espiritismo, está relacionada à destruição de coisas materiais com o objetivo de causar sofrimento e impulsionar os seres à regeneração moral, então, a destruição não passa de uma transformação, que tem por fim a renovação e melhoria dos seres vivos, é necessário morrer para renascer, exceder os limites da necessidade na destruição é considerado uma violação da lei de Deus.
Das outras tantas belezas presentes na natureza, somos parte integrante da Terra, filhos de Deus e herdeiros do Universo. Como cocriadores devemos criar raízes e não âncoras.
Estamos na mãe Terra para auxiliar as outras vidas no mundo e buscar tudo aquilo que pode se fazer fecundo para o nosso progresso.
Como parte integrante desse universo maravilhoso, não temos muitos direitos sobre a vida, mas sim muitos deveres.
É necessário criar raízes com humildade, e assim como ensinou o Mestre Jesus, multiplicar nos seus ensinamentos de partilha e amor, para buscar florescer da forma correta, sem fazer da abundância que nos cerca, base para justificar nossos desperdícios.
Jesus nos ensinou que a verdadeira felicidade vem do repartir. Repartir o alimento, a convivência, a amizade, o amor. Nós recebemos o exemplo da Natureza. Reparte conosco o ar que respiramos. Somos formados de elementos desse planeta!
Repartir é colocar em ação a verdadeira sustentabilidade.
E está na hora de compreendermos a lição para benefícios em nós mesmos. Trata-se de mudanças pequenas, e cotidianas, que causarão verdadeiros impactos positivos em nossas vidas de agora e das próximas reencarnações aqui.
Referência:
– Espiritismo e ecologia. Autor: André Trigueiro.
“Aqueles que acreditarem na ecologia, acima de seus próprios interesses, nos auxiliarão na defesa do nosso mundo natural, da nossa vida simples na Terra que poderia ser uma vida de muito mais saúde e de muito mais tranquilidade se nós respeitássemos coletivamente todos os dons da natureza” (Entender conversando Espírito de Emmanuel.)
