O Grupo Yvonne Pereira de Apoio aos suicidas completa 30 anos de atividades na Casa
O Grupo Yvonne Pereira de Apoio aos suicidas completa 30 anos de atividades!
No último dia 03 de abril, os nossos corações uniram-se em uma só energia para vibrarmos pelos espíritos, encarnados e desencarnados, envolvidos no atendimento dos suicidas na Casa do Caminho. Essa data marca os 30 anos de atividade do Grupo de Apoio aos Espíritos Suicidas Yvonne do Amaral Pereira.
O grupo de voluntários que organizou e criou a atividade mediúnica para atendimento dos espíritos que cometeram suicídio, quando encarnados, trabalhava junto em outra casa espírita, mesmo antes da abertura da Casa do Caminho em sua sede atual.
Nos últimos 18 anos, a tarefa de apoio espiritual ocorre na Casa do Caminho, semanalmente. De modo privativo, o grupo trabalha com muito amor e perseverança para levar consolo e orientação aos que, por equívoco, encerraram precocemente, a sua existência corpórea e encontraram intenso sofrimento no mundo espiritual. Os espíritos suicidas que são atendidos pelo grupo, através do contato mediúnico, buscam o consolo, a coragem e o entendimento de suas situações para recomeçar, após terem compreendido e descoberto que violaram a Lei Divina.
O tema suicídio deve fazer parte da vivência de qualquer Centro Espírita, em diversas atividades – palestras, cursos e outros – já que é responsabilidade da Doutrina Espírita alertar todos sobre a continuidade da vida em outra dimensão. Dessa forma, o atendimento específico aos suicidas pode ser uma atividade mediúnica organizada pela casa espírita, sempre orientado por Jesus Cristo e Allan Kardec.
O indivíduo que deseja acabar com a sua própria vida acredita que, assim, estará colocando fim ao seu sofrimento. A Doutrina Espírita veio nos ensinar que a vida na Terra é temporária e que destruir o corpo não finaliza a nossa existência. Sendo assim, se a vida continua em outro plano, suicídio não é uma solução. E mesmo quando tudo parece ser insuportável, devemos procurar suporte. Importante lembrar: não estamos sozinhos. É o momento de valorizarmos a vida e o nosso tempo na reencarnação! Peça ajuda sempre que sentir-se angustiado!
No ano em que o grupo de voluntários celebra 30 anos de atividades ininterruptas de suporte aos suicidas, conta-nos uma médium que participa desse trabalho: “(…) Apesar de todas as experiências serem inesquecíveis e de grande aprendizado, cito a comunicação de Patrícia, uma menina que cometeu o suicídio aos 12 anos. (…) Foi tocante quando ela nos colocou como a família que ela não teve em vida. Para nossa alegria, 4 anos depois, ela trouxe seu depoimento, não mais como menina, mas como mulher. (…) As emoções se misturam ao desejo de servir cada vez mais. Mesmo sendo um universo de dor, o que sentimos é alegria por sermos instrumento de alívio para cada espírito, e de aprendizado para todos nós.”
Com o objetivo de podermos aprender com os espíritos que finalizaram a sua passagem no planeta praticando o suicídio, reflitamos sobre o que alguns retornaram para nos contar, através da psicografia ou psicofonia, durante as reuniões na Casa do Caminho.
“Ao longo dos séculos recebemos oportunidades atrás de oportunidades e teimamos em negligenciar ou desmerecer as bençãos que nos são ofertadas, principalmente quando elas buscam nos impelir no caminho da renovação (…).
No extremo da teimosia buscamos a fuga mais definitiva, segundo as convicções materialistas que esposamos: o suicídio.
Ao tentarmos fugir de algo que imaginamos estar tentando nos prender acabamos prisioneiros de nós mesmos, de nossas fraquezas, de nossos equívocos, ao nos rebelarmos contra os ensinamentos do Mestre (…).
As barreiras somos nós, (…) a distância e o tempo somos nós resistindo ao passo que nos conduzirá ao abençoado recomeço. E um dia, repentinamente, nós nos sentimos estranhamente motivados a avançar. (…) Tudo estava tão próximo, estávamos apenas a um passo da luz. Estamos sempre a um passo de Jesus.
Esse passo foi dado aqui na Casa, com o auxílio carinhoso daqueles que se propõem a servir, curando as chagas da alma.”
Um outro depoimento que pode ser lido abaixo, do espírito que identificou-se como Eduardo, alerta-nos sobre a dor que se segue ao ato…
“Minha alma jazia em dores excruciantes, uma angustia cruel (…). No peito um só desejo: preciso acabar com isso. Precisava fazer aquela dor parar. Foi então que vi, como quem encontra um remédio, vi uma ideia surgir em minha mente, tinha que subir no alto de um prédio e de lá me jogar. Morte seria a fuga ideal. (…)
Mal sabia eu que dali por diante não teria um só dia de paz. A queda quebrou a maior parte dos meus ossos, e a dor se fez insuportável.
(…) Não sei quanto tempo passei naquele estado, até que uma alma bondosa se apiedou da minha história, pedindo socorro nesta Casa. Fui recolhido pelas mãos luminosas de um desconhecido, condoído pelo meu fracasso. E ainda hoje granjeio a alegria de poder ser
tratado por irmãos unidos pelo ideal do socorro cristão (..).”
Que o trabalho no bem, de um grupo que acolhe com carinho os espíritos equivocados, possa continuar-se por mais longos e muitos anos, cientes da responsabilidade do acolhimento cristão.
Para tantos outros espíritos encarnados vivendo a sua existência corpórea, que se encontram presos em sua própria teia de angústia e dor, nunca é demais orientar: busque ajuda! Espere um pouco mais, paciência consigo mesmo que as soluções para os acontecimentos desagradáveis virão. Confie que não está sozinho e cultive a fé, a esperança e o evangelho no lar.
E diante de tantas emoções descritas, que devem servir não para nos entristecer, mas para nos alertar e lembrar sobre a imortalidade da alma, finalizamos com a profunda e incentivadora mensagem do Espírito Camilo Botelho no livro Memórias de um suicida, psicografado por Yvonne do Amaral Pereira:
“Coragem, peregrino(…)! Volta ao ponto de partida e reconstrói o teu destino e virtualiza o teu caráter aos embates remissores da Dor Educadora!(…) Mas tem paciência e sê humilde, lembrando-te de que tudo isso é passageiro, tende a se modificar com o teu reajustamento às sagradas leis que infringiste… e aprende, de uma vez para sempre, que és imortal e que não será pelos desvios temerários do suicídio que a criatura humana encontrará o porto da verdadeira felicidade.”